Duas providências foram encaminhadas pelas autoridades após a publicação da série Perigo no prato, do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que descortinou um cenário de risco à segurança alimentar dos gaúchos devido à contaminação de frutas e verduras vendidas na Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) por excesso de agrotóxicos e substâncias inadequadas ou proibidas no país.
O Ministério Público atua em pelo menos duas frentes. Com a Polícia Civil, abrirá investigações criminais para apurar abuso de agroquímicos em plantações e buscará verbas para viabilizar a contratação de laboratório privado para analisar a qualidade dos hortifrútis da Ceasa.
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Se determinada quantidade mensal de análises for garantida por um laboratório privado, o passo seguinte será assegurar que providências sejam tomadas contra infratores. Nos últimos quatro anos, embora a quantidade de análises feitas pelo Lacen tenha sido limitada, foi possível identificar irregularidades. Pela Lei de Acesso à Informação, o GDI verificou que, em pelo menos seis ocasiões, foram flagrados permissionários comercializando produtos com resíduos de Metamidofós, agrotóxico banido do Brasil desde 2012. Pelas regras do TAC, os produtores deveriam ser proibidos de vender a qualidade do produto na Ceasa por um ano. A direção da companhia jamais aplicou as sanções previstas.
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A Ceasa abriga condenados por uso abusivo de agrotóxicos na lavoura. É o que mostram testes oficiais obtidos via Lei de Acesso à Informação e análises laboratoriais requisitadas pelo GDI.