Com o início do ano legislativo, ontem, na Câmara dos Deputados, os parlamentares que retornam do recesso já devem se deparar com uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no mínimo, familiar. Batizada de “CPI da Fifa” — cortesia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) —, a “nova” comissão para investigar a corrupção no futebol tem início previsto para este mês e se assemelha bastante com a irmã mais velha: no Senado, o mesmo trabalho está em andamento desde agosto do ano passado.
A CPI do Futebol, liderada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Romário (PSB-RJ), viveu seu auge — e também seu anticlímax — no depoimento vago do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, em dezembro. Inconclusiva até agora, fundamentou o trabalho de investigação em declarações de presidentes de federações estaduais e quebras de sigilos bancários.
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Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Correio obteve acesso aos gastos da CPI do Futebol, no Senado, em 2015. Até o fim de dezembro, a Comissão desembolsou um total de R$ 83.237,87. A maior fatia para o pagamento de diárias (R$ 62.873,83). O restante foi investido em passagens. Os gastos estão dentro do orçamento previsto pela CPI no Senado, que tinha o teto de R$ 100 mil em 2015. Para os próximos sete meses de trabalho, a comissão ampliou o limite de gastos para o dobro do valor inicial.