FALSO: Os investimentos em saúde e educação estão sendo maiores do que no ano passado.
Os dados orçamentários da cidade podem causar fácil confusão: os gastos com educação cresceram 1,6% nos oito primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, mas a alta fica abaixo da inflação oficial para o período. Além disso, a dotação orçamentária para a área neste ano é menor do que a de 2016.
Já a previsão orçamentária da saúde para 2017 é 7,5% maior que a previsão de 2016, sendo esse o único dado que objetivamente vai ao encontro com o que Crivella disse. O problema é que os recursos para a área gastos nos primeiros oito meses do ano diminuíram 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Ou seja: circunstancialmente, a afirmação do prefeito não corresponde com os dados disponíveis.
De acordo com dados do Portal da Transparência do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Educação tinha como orçamento inicial R$ 6,47 bilhões de reais para 2017 — no ano passado, a autorização inicial era de R$ 6,58 bilhões, dos quais foram gastos R$ 5,95 bilhões. Em 2017, a secretaria desembolsou R$ 3,43 bilhões de janeiro a agosto. No mesmo período de 2016, haviam sido gastos R$ 3,38 bilhões.
Sendo assim, a Prefeitura do Rio de Janeiro, durante os oito primeiros meses de 2017, gastou cerca de R$ 50 milhões a mais com educação em relação ao ano passado — ou 1,6% a mais. A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o período, entretanto, foi de 2,46%, de modo que o valor não representa alta real nos investimentos do município em relação ao ano passado.